O post de hoje, infelizmente, não tem a motivação que eu gostaria que tivesse. Mas, ces’t la vie... Encaremos os fatos.
Comunicamos que até segunda ordem, o "Mas Sarau Benedito?!" está de "molho"... Sem prazo para retorno.
Como divulgado aqui e de diversas formas, fizemos uma noite especial pelo Dia dos Namorados no Relicário Bistrô, do sábado - dia 12 de junho, com a participação do “Mas Sarau Benedito?!”. A proposta era, mesmo, de algo bem diferente – foi enviada aos donos do bar com antecedência para aprovação. Eles, pelo que percebi, não leram e/ou não entenderam bem. Por que digo isso?
No sábado, após terminada a performance do “Mas Sarau...”, o dono do bar pediu ao garçom que chamasse o responsável pela pesquisa musical e operação (DJ) da noite para conversar com ele no balcão (presenciei o chamado pq eu e ele conversávamos no momento) e, à distância, observei (porque sou atenta, mesmo!) que ele falava alto e gesticulava em excesso na conversa, da qual deu – apesar da música e conversas do público no bar – para ouvir a frase “estou de saco cheio!”. Enquanto o profissional de minha equipe ouvia quieto (típico dele).
É evidente que quando este retornou para nossa mesa eu quis saber qual foi a da “parada”. E, com muita insistência minha (embora tenha sido acusado de vir se queixar comigo... engano de quem assim pensou... eu é que busquei saber) ele me disse que o dono do bar reclamou da seleção musical, que não era aquilo que ele gostaria, queria... que não agrada ao público etc., etc. etc.
A despeito da liberdade de se gostar de um trabalho ou não, não discuto. Ele tem todo o direito de. Porém questiono alguns fatos, como por exemplo:
1- Foi enviada proposta e esta foi aprovada (verbalmente, comigo, mas foi). E a proposta foi clara. Não há como dizer que se comprou “gato por lebre”.
2- Durante toda a semana divulgamos, diariamente, o evento, com amostras da programação musical – exatamente para que não houvesse dúvidas em relação a que se ouviria. Portanto, ninguém que lá estava (das 30 pessoas presentes, apenas 6 foram sem saber o que ocorria e destas, 2 me chamaram para dizer que “caíram de pára-quedas” mas que adoraram tudo”) tem motivos para reclamar do estilo ouvido. Se questionarem qualidade é outra história.. O espaço está aberto para considerações;
3- Aquela não era nem a hora nem lugar para se ter aquele tipo de conversa e, muito menos, naquele tom que foi usado. Esse, talvez, o fato que mais pesou pra mim. O "estraga prazer" em uma noite tão agradável.
Muitos me conhecem relativamente bem. Ao menos o lado de “mexe comigo, mas não mexa com os meus, que tomo as dores, mesmo!” todos conhecem. Típico de minha natureza. Sou do tipo que amo parcerias, faço trabalhos assim de coração, mas não su-por-to desrespeito com os que me são caros, com os que comigo trabalham. Compro briga, mesmo. Até relevo quando é direcionado a mim, pessoalmente, porque “... e ando” para opinião de alguns. Então, já devem ter imaginado o que aconteceu, né?
Quando a noite terminou, fui pagar a conta, fazer os acertos etc. E nesse momento eu disse ao dono do bar que depois queria conversar com ele sobre o ocorrido, porque não gostei, mesmo, do modo como ele se dirigiu ao DJ e achava improcedentes as reclamações. Ele, de uma forma ainda agressiva, estúpida, reafirmou o que havia dito. E falou alto comigo eu revido na hora, não tem chance. Rolou stress, bate-boca etc e tals. E ele concluiu a discussão (sim, porque depois disso não quis ouvir mais nada) dizendo que “não quer que o bar dele seja alternativo e que não está aqui para bater palmas para macaco dançar!”.
Pra mim isso foi o suficiente para achar que “já deu”, foi a gota d’água.
Quando procuramos pelos donos do bar, inicialmente para propor o projeto “Noite do Vinil” foi porque gostaríamos de um lugar com mais a “cara do projeto”, que pudesse receber as pessoas que iriam motivadas por ele; assim também porque o Relicário era um lugar bacana, "transadinho", de bom gosto, que considerávamos “ideal” para isso e estava fechado há algum tempo. Um desperdício, no nosso entender, tanto investimento para nada. OK... conversamos e começamos a parceria. E em função do público freqüentador (o que deveria nortear as ações de todos que se propõem a fazer algo para o público, penso) pensamos no projeto “Mas Sarau Benedito?!”. Mas, diante da afirmação “não quero nada alternativo” percebo que estamos equivocados nas propostas. E acabo me questionando: quem, na verdade, está “batendo palmas para macaco dançar”? Não seríamos nós?
Em sã consciência alguém pode achar que R$60,00 (máximo que se arrecada de contribuição via couvert, em função do tamanho da casa) “paga” o trabalho dos envolvidos nos projetos? Atores (tempo para se reunir, decidir o que se vai fazer, ensaiar... gastos com passagens – há integrante do grupo que é de cidade vizinha - táxi pra voltar pra casa, pois os ensaios são à noite e até tarde muitas vezes, custo com material gráfico para complementação do trabalho... ), do DJ (pesquisa musical detalhada, compra de cds para gravação, tempo de trabalho...), responsáveis pelas “Noite do Vinil” (tempo para estar como DJ, responsabilidade por escolha de repertório e divulgação, custo com vinis para acervo...). Além do próprio consumo no bar e divulgação maciça do mesmo, evidente. Isso são só alguns detalhes... Alguém pode achar que não se faça isso por algo que não seja por prazer? Unicamente prazer de se fazer algo em que se acredita ser bacana? Sinceramente, penso que não. Tenho certeza que ninguém, em sã consciência, e com o mínimo de racionalidade, pode achar que se faz isso por grana ou algo que o valha. Portanto, quaisquer dificuldades no processo de “afinação” dos projetos à casa são passíveis de conversa, "aparo de arestas" (quantas vezes fiz este papel de “mediador” neste tempo!). Mas desrespeito, não tolero, mesmo. E o que ocorreu, na minha opinião, foi um desrespeito ao trabalho alheio. Por isso, por mim é "basta".
Fico triste porque adoro os 2 projetos, evidentemente. Mas não quero (nunca foi a intenção) impô-los a quem quer que fosse. Pensei (e continuo pensando assim) que o público “alternativo” – do qual faço parte e, creio, muitos de vocês – merecesse algo de qualidade e não a mesmice que reina nesta cidade. Mas o estabelecimento comercial (adoro esta expressão rs!) não é meu. Então, que ele siga o direcionamento que considera ser o melhor e conquiste o seu público desejado – o “não-alternativo”. E que obtenha sucesso em sua empreitada, é o que desejo. Porém, ressalto: sem a minha colaboração e participação.
E antes que eu me esqueça, agradeço, apesar da falta de afinidade nos posicionamentos, aos donos do Relicário por terem proporcionado que realizássemos algumas edições dos projetos. E, em nome de todos nós, envolvidos nos projetos "Noite do Vini" e "Mas Sarau Benedito?!", me desculpo pelo não entendimento da proposta de atuação definida pelo bar. A intenção sempre foi a de acertar, de contribuir para que o bar fosse descoberto e apreciado, além de nos "divertir".
Assim sendo, os projetos, por enquanto, aderem ao MST - Movimento dos Sem Teto.
E tenho dito!
Obrigada, mais vez, ao Well, Márcio, Ranieri, Juca (equipe do Vinil) e, especialmente, ao Harlem, Saullo, Sid, Axson, Thiago Eugênio e todos os presentes pela a deliciosa noite que nos proporcionaram no sábado - dia 12/06. Tão deliciosa que nem o fatídico ocorrido fez quebrar o encantamento. Foi muito bom “brincar com vocês” até este momento.
E você, se já chegou a participar de algum dos projetos, deixe sua sugestão, sua opinião... Comente.
Ah... e não se preocupe, você que enviou sugestões e textos para o "Mas Sarau..." de temática "Cartas". Estão todos guardados e uma hora destas ele sai. A gente enverga mas não quebra.
Abçs.